domingo, 14 de fevereiro de 2010

Como as pessoas fazem amor?

livro How the World Makes Love - Franz Wisner

Para responder esta pergunta, o americano Franz Wisner decidiu viajar pelo mundo colhendo informações a respeito. O objetivo? Descobrir como homens e mulheres de diversas partes do mundo tratam a afetividade. O motivo? Dor de cotovelo se presume, pois a ideia surgiu depois que ele foi abandonado por sua noiva no altar.

Wisner não se fez de rogado nem virou o nariz para etnias. Rodou o mundo e entrevistou todo o tipo de pessoa. Sua experiência virou livro, é claro: “How the World Makes Love?” (Como o mundo faz amor?). Mas este ainda não chegou ao Brasil.

A ideia de viajar e depois escrever um livro, ou deliberadamente viajar para escrever não é nova, não é a primeira e nem será a última. Mas admito que deva ser uma delícia. Há dois na lista dos mais vendidos com o livro “Comer, Rezar e Amar”, a jornalista americana Elizabeth Gilbert também saiu pelo mundo em busca de si mesma depois de desfazer um casamento e, na sequencia, sofrer uma grande desilusão amorosa.

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Diferentemente de Wisner que ampliou seu laboratório a vários povos, Elizabeth elegeu três países onde passou um ano: Itália, Índia e Indonésia. Em Roma, conta que viveu os meses mais felizes de sua empreitada, engordou 11 quilos e aprendeu a língua. Na Índia, dedicou-se à devoção e com a ajuda de um guru espiritual viveu quatro meses de contínua exploração espiritual. Já na Indonésia (Bali) vivenciou a arte do equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Ficou discípula de um xamã e apaixonou-se por um brasileiro.

Mas, voltando à pesquisa de Wisner, ele descobriu que, se para os indianos o amor surge com tempo e a maioria dos casamentos são ainda arranjos feitos pelas famílias, para os nicaraguenses o amor esteve presente até nos tempos de guerrilha, e as relações afetivas estão acima de tudo. Em compensação, em termos de fidelidade, por exemplo, os tchecos são muitos libertinos e em poucos lugares do mundo se trai tanto quanto naquele país. No Egito, amor e religião se aproximam, pois o assunto trata de algo divino que leva à iluminação espiritual. Entretanto, contatos físicos são difíceis e gays vão para a cadeia.

Para Wisner, no que tange à valorização da mulher, a Nova Zelândia sai na frente. “Em nenhum outro país encontrei uma sociedade que valoriza tanto a mulher”, assegura. As relações são equilibradas e o sexo freqüente, ainda que falte um pouco de diálogo entre os parceiros.

E quanto ao Brasil? Ah, sim. O país é abundante em amor. Mas ele dá uma dica: “Esqueça a aparência física, pois as brasileiras não são as mulheres mais belas do mundo.” Aproveita o gancho também para aconselhar: “O que importa não é a beleza, e sim, a atitude. E isso as brasileiras têm de sobra”, diz Wisner.

Rosane Leiria Ávila

Publicado no Mulher Interativa http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=48&noticia=77666

(Apoio: Revista Viagem & Turismo, Ed. Abril, fev. de 2010)

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