Para responder esta pergunta, o americano Franz Wisner decidiu viajar pelo mundo colhendo informações a respeito. O objetivo? Descobrir como homens e mulheres de diversas partes do mundo tratam a afetividade. O motivo? Dor de cotovelo se presume, pois a ideia surgiu depois que ele foi abandonado por sua noiva no altar.
Wisner não se fez de rogado nem virou o nariz para etnias. Rodou o mundo e entrevistou todo o tipo de pessoa. Sua experiência virou livro, é claro: “How the World Makes Love?” (Como o mundo faz amor?). Mas este ainda não chegou ao Brasil.
A ideia de viajar e depois escrever um livro, ou deliberadamente viajar para escrever não é nova, não é a primeira e nem será a última. Mas admito que deva ser uma delícia. Há dois na lista dos mais vendidos com o livro “Comer, Rezar e Amar”, a jornalista americana Elizabeth Gilbert também saiu pelo mundo em busca de si mesma depois de desfazer um casamento e, na sequencia, sofrer uma grande desilusão amorosa.
Diferentemente de Wisner que ampliou seu laboratório a vários povos, Elizabeth elegeu três países onde passou um ano: Itália, Índia e Indonésia. Em Roma, conta que viveu os meses mais felizes de sua empreitada, engordou 11 quilos e aprendeu a língua. Na Índia, dedicou-se à devoção e com a ajuda de um guru espiritual viveu quatro meses de contínua exploração espiritual. Já na Indonésia (Bali) vivenciou a arte do equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Ficou discípula de um xamã e apaixonou-se por um brasileiro.
Mas, voltando à pesquisa de Wisner, ele descobriu que, se para os indianos o amor surge com tempo e a maioria dos casamentos são ainda arranjos feitos pelas famílias, para os nicaraguenses o amor esteve presente até nos tempos de guerrilha, e as relações afetivas estão acima de tudo. Em compensação, em termos de fidelidade, por exemplo, os tchecos são muitos libertinos e em poucos lugares do mundo se trai tanto quanto naquele país. No Egito, amor e religião se aproximam, pois o assunto trata de algo divino que leva à iluminação espiritual. Entretanto, contatos físicos são difíceis e gays vão para a cadeia.
Para Wisner, no que tange à valorização da mulher, a Nova Zelândia sai na frente. “Em nenhum outro país encontrei uma sociedade que valoriza tanto a mulher”, assegura. As relações são equilibradas e o sexo freqüente, ainda que falte um pouco de diálogo entre os parceiros.
E quanto ao Brasil? Ah, sim. O país é abundante em amor. Mas ele dá uma dica: “Esqueça a aparência física, pois as brasileiras não são as mulheres mais belas do mundo.” Aproveita o gancho também para aconselhar: “O que importa não é a beleza, e sim, a atitude. E isso as brasileiras têm de sobra”, diz Wisner.
Rosane Leiria Ávila
Publicado no Mulher Interativa http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=48¬icia=77666
(Apoio: Revista Viagem & Turismo, Ed. Abril, fev. de 2010)
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