sábado, 18 de julho de 2009

Pequenos prazeres: seja boa para você mesma

Você já se sentiu deprimida e foi às compras? Seu astral estava baixo e foi para o salão - fez unhas dos pés, das mãos, cortou e mudou a cor dos cabelos como se agindo assim, cortasse o mal que lhe afligia? Calma... Não se mortifique pois você não é a única. Muito pelo contrário: faz parte de uma tribo de milhões de mulheres que, no meio de um surto de baixa-estima vai para as lojas e para os salões para se fazer “um agradinho”.

E é isso mesmo: agradar a si mesma, fazer um mimo por você faz bem até mesmo fora de um surto. Você não precisa esperar um dia especial para abrir aquele vinho maravilhoso que vem guardando há um tempão. Ou para vestir aquele esplêndido casaco italiano que você pagou em euros ou dólares. Você não precisa esperar uma data importante. E nem alguém importante como o príncipe dos seus sonhos de menina. Você é a sua rainha. Você é que é importante... E deve se bastar, e bastar tanto que justifique uma comemoração sem data e hora marcadas pelo calendário. Faça de hoje o seu dia mais especial. E o de amanhã também.

Sabe aquela pessoa que vivia guardando tudo para uma ocasião especial? Guardava coberta de mesa para jantar formal, o champanhe francês, (claro, senão é espumante), e até perfume? Guardava tanto tudo que se guardou da vida. Não viveu. Não desfrutou dos momentos presentes como únicos e como dádivas, achando sempre que o melhor ainda estava por vir... Ela queria estar sempre prevenida.

Pois é. Acabou morrendo de repente e suas relíquias guardadas para as datas especiais que nunca aconteciam, foram desfrutadas à luz do dia e sem cerimônia alguma. E dela a lembrança durou o tempo de sua herança, pois em vida não plantou gestos de amorosidade nem por si, nem pelos outros. Recolheu o que deixou: uma tênue lembrança a se diluir na brevidade das horas.

Pois então, mãos à obra: inclua quem você gosta nos seus “agradinhos” básicos. Não espere datas comemorativas. Não guarde seus sorrisos nem economize seus afagos como preciosidades para dar em dia especial. Dê hoje.

Sei de muitos casos e muitas histórias de pessoas que esperaram demais para se abrirem à vida, que a vida acabou se fechou para elas e lhes tomando o corpo de assalto. Ou, se abriram em pequenas e contidas doses insuficientes para desfrutar pequenos prazeres.

Não deixe para amanhã. Aliás, nem deixe para daqui a pouco. Há muitos jeitos e formas de fazer deste seu dia, um dia especial. Algumas poderão lhe parecer inicialmente insensatas, extravagantes e caras. Mas outras serão, com certeza, sensatas, econômicas e até mesmo grátis, como uma declaração ou um gesto de amor.

Você quer a sugestão de um livro cheio de ‘pequenos prazeres’? Pois é este mesmo o título dele, e há idéias para muitos mimos. Muitos para você mesma, outros tantos para outras pessoas. A esses, a autora dá o nome de ‘prazeres generosos’. (Pequenos Prazeres, Cynthia MacGregor, Publifolha)

Rosane L. Ávila MULHER INTERATIVA

pequenos prazeres4

Viagem no tempo

Esta é uma viagem não de verdade, dessas que a gente sonha, planeja, compra passagem e arruma mala com muitas roupas e expectativas...
É uma viagem no tempo passado, vivido, experenciado. Nesta viagem embarco na máquina do tempo do famoso professor Ludwig, amigo do professor Pardal (quem não se lembra dos quadrinhos do inesquecível Walt Disney?) e saio em uma aventura, por vezes, reparadora ao extremo. Por outras, de pura bulimia emocional.
O projeto ilusório já vinha há dias me aliciando. Principalmente, quando leio as notícias ruins nos jornais , internet ou as assisto na tevê. Só as perversas, sim, porque nas boas e alvissareiras, que são em número bem menor,  nem passaria pela cabeça contrafazê-las.
E foi exatamente lendo uma nota sobre o lançamento de “Para Sempre Teu, Caio F.”, de Paula Dip (Ed. Record) que essa viagem maluca acabou aterrissando no papel. O livro é uma biografia sobre um dos melhores escritores brasileiros (ele era gaúcho, natural de Santiago – 1948/1996), montado a partir de cartas, bilhetes e confidências trocadas entre Caio e sua amiga Paula, que conseguiu a proeza de resgatar um pouco da diversidade do escritor. Graças a ela, mais um pedacinhho de Caio ficará perpetuado na palavra escrita e editada.
Nessa máquina do tempo, durante a viagem, desacelero o progresso que atropelou a natureza, os costumes e tradições, derrubou árvores, devastou florestas, poluiu rios; colocou espécies em risco de extinção; revisito amigos antes da partida deles, encantada pela chance de alertá-los para o perigo que os vitimou. Desfaço atitudes feias, pequenas, baixas, mágoas impingidas, ressentimentos desnecessários.
Na máquina do tempo me reencontro até com minha avó e lhe digo que deveria ter gostado mais de mim quando pequenina, pois fui a adolescente chata que a levava da casa de minha mãe para a de minha tia durante seus surtos de ‘caduquice’. Hoje, conhecido por Alzheimer.
Na engenhoca do professor Ludwig alerto Lennon para não ir ao Central Park naquele dia, digo a Elis para se cuidar mais porque havia um caminho lindo ainda para ela trilhar; a Vinícius para beber menos e diminuir a boemia, e a Gonzaguinha para deixar a estrada para o outro dia, e não dirigir após o show...
Na incrível máquina de Ludwig conserto tudo: de gente a mundo. E impeço até atos bárbaros por motivos fúteis e inexplicáveis em todas as esferas: razão, emoção, espiritualidade... Como a tal chacina de uma família inteira por causa de meia galinha presenteada a um casal de invejosos vizinhos... É que o presente oferecido não foi a da melhor parte da ave, conforme alegaram os assassinos, que de uma só vez mataram o pai, a mãe grávida de gêmeos e três filhos.
Foi bom sonhar um pouquinho com a engenhoca de Ludwig.

Rosane L.Ávila

Mulher Interativaviagem no tempo