Ver que a vida não cessa de nos dar oportunidades para mudarmos nossas atitudes...
sábado, 8 de agosto de 2009
“Quando se pede com vontade, Deus atende”
Ele fez de sua existência um belo caminho e um belo presente. Poucos textos (in natura) para serem editados me tocaram tanto. Mas a bela matéria do repórter Bruno Kairalla veiculada no último FelizIdade sob o título “Prolífera paternidade”, conseguiu me impressionar e me fazer refletir sobre o quanto é maravilhoso ver alguém dar um sentido maior à sua vida, um sentido verdadeiro à sua existência.
Assim como eu, acredito que muitos leitores se sentiram emocionados pela matéria. Em tempos de indiferença ou apatia social, é reconfortante ver que há pessoas que são capazes de plantar em nossos corações e à sua volta, sementes de esperança de que o mundo pode ser melhor.
“Quando se pede com vontade, Deus atende”, disse o entrevistado. Acredito que o senhor Carlos Klinger tenha pedido, não só como relembrou ao repórter para que tudo desse certo às vésperas do nascimento de seu terceiro filho (que saberia depois ser filha), mas que ele também tenha pedido antes mesmo de vir, para que sua reencarnação fizesse sentido e fosse empregada em benefício de outras pessoas. E Deus o atendeu...
Uma lição bem feita e que certamente começou no plano espiritual, e nela lhe renderá mais dividendos para uma próxima, desconfio. E também para a construção de um bom carma.
Pelo menos milhões têm a mesma chance, a mesma oportunidade que teve esse senhor, contador por formação, engenheiro por intuição e benfeitor de coração, de se comprometerem com o bem. Mas preferem pegar a contramão dos bons sentimentos e das boas ações. Têm predileção em escrever por linhas tortas histórias mais tortas ainda, expressas com sangue, violência, desamor... Quando poderiam, assim como ele, vivenciá-las minuciosamente com solidariedade, compaixão, amor e respeito ao próximo, ao planeta e todos os seres que nele habitam.
E mais adiante ele também nos dá um lição de humildade e virtude quando conta que fez um “desabafo arrogante” à Nossa Senhora por causa de uma séria isquemia que lhe deixaria graves sequelas. “Fiquei arrependido no mesmo momento e pedi para Ela que me levasse embora, pois não merecia seu perdão.”
Mas 30 horas depois ele começou a melhorar e perdeu apenas a audição do seu ouvido esquerdo. Quantas vezes ao fazermos uma prece, a fazemos de forma egoísta e grosseira sem sequer nos darmos conta de nossa insolência? Simplesmente por nos parecer “tão natural” pedir nos achando merecedores de receber?
Rosane Leiria Ávila
[Crônica publicada no Jornal Agora www.jornalagora.com.br, caderno Mulher Interativa
O peso da balança
Você já imaginou ver-se fora de si mesmo? Como os outros o vêem? Tudo bem, se chegar à conclusão de que os outros não o conhecem. E provavelmente não o conheçam mesmo. Não na sua essência, na sua verdadeira identidade. Provavelmente, o que você tenha exposto na sua vitrine durante todos esses anos, tenha sido o que você queria que os outros admirassem – ou temessem -, em você.
Experimente fazer um jogo: imagine por um breve momento se enxergar como os outros o enxergam. Avalie-se com os olhos dos outros. Mas para isso será preciso deixar de lado o orgulho e se permitir pressentir dentro de você.
Necessário também será se despir da vaidade para você mesmo. Da mesma forma, pensar que nesse momento não precisa encenar nenhum personagem. Basta apenas se olhar com a maior honestidade que for capaz.
Então, e só então, pergunte-se o que ali está vendo: alguém com capacidade de amar, de perdoar, de se doar? Com coragem de mudar? Ou um arremedo de um ente que tenta, em vão, convencer-se de que é feliz, mesmo que para isso tenha que cerrar os olhos e cobrir os ouvidos aos ecos da dor do mundo?
Tire a longa e pesada capa de insensibilidade com a qual se veste. Tire também as máscaras de dono da verdade, dessas verdades que se quer acreditar como verdadeiras, únicas e absolutas. Vou mais além e ser mais dura: dispa-se como se caminhasse para o próprio velório. Sem bens e sem adornos. Apenas com a roupa que lhe cobre o corpo, pois é só com ela que estaremos no momento derradeiro.
Experimente o momento para a sós ficar com Deus. E à sua frente, coloque uma balança. Deposite de um lado a fé, o amor, a compaixão, a paciência, a piedade e o perdão, os verdadeiros alimentos saudáveis da alma. No outro, o orgulho, o cinismo, o ciúme, a ganância, a arrogância, a competição, a raiva e o ódio...
Mas seja honesto e aceite se a balança entornar para o lado dos sentimentos ruins. Porque mesmo que isso aconteça e que o peso seja muito grande, ainda dará tempo para mudar. Você ainda terá tempo para se reinventar e fazer o outro lado da balança subir.
Rosane Leiria Ávila
Crônica publicada no Jornal Agora (www.jornalagora.com.br), caderno Mulher Interativa
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