Na dúvida, escolha os dois. Palavra simples e corriqueira - mas muitas vezes de difícil assimilação em seu sentido amplo, a responsabilidade pode ser dividida em duas situações: moral e social. Na moral traduz a situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente; ou em seu inverso - na obrigação de um agente inconseqüente de reparar o mal que se causou a outros.
Já no que diz respeito à responsabilidade social, segundo o Livro Verde da Comissão Europeia, é um conceito no qual as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Mais claramente, o conceito de responsabilidade social deve ser entendido em dois níveis, segundo Carlos Cabral-Cardoso, autor do livro “Manual de Gestão de Pessoas e do Capital Humano”: interno e externo.
O nível interno diz respeito aos trabalhadores e a todas as partes interessadas e afetadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar os seus resultados. Já o nível externo leva em conta as consequências das ações de uma organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o ambiente, os seus parceiros de negócio e meio envolvente.
Juntar lixo seco e aguardar, com paciência o dia da coleta; comer bala e não jogar aquele ínfimo papelzinho no chão; levar sacolas de tecido às compras ao invés de voltar para casa carregado de sacos plásticos; escolher nas prateleiras dos supermercados produtos concentrados cujas embalagens são menores; ou ainda, dar preferência aos biodegradáveis (e de quebra, que não sejam testados em animais) são atitudes simples e ao alcance de qualquer um.
Qualquer um?! Sim. E em qualquer nível social. Para quem assiste o quadro da Band, “Esse lixo é teu: lugar de lixo é no lixo”, aos domingos no mesmo horário do Fantástico, vê que isso é possível. E viável. Basta apenas um pouco de boa vontade e o parco entendimento de que aquilo de ruim que fazemos, seja aos outros ou ao meio ambiente, volta-se para nós se tornando o nosso algoz, ou seja, de vítima passa a ser agressor. Veja os exemplos das enchentes e caos nas grandes cidades após algumas horas de chuva.
Nos negócios, a responsabilidade social se tornou um dos fatores de competitividade. Se no passado o que identificava uma empresa competitiva era basicamente o preço de seus produtos, hoje se sabe que investir no permanente aperfeiçoamento das relações com clientes, empregados, parceiros, colaboradores e fornecedores, no fabrico de produtos e prestações de serviços que não degradem o meio ambiente, tornou-se também um ótimo negócio. Além disso, as empresas começaram a participar do desenvolvimento da comunidade da qual fazem parte, fazendo disso um diferencial cada vez mais importante na conquista de novos consumidores ou clientes.
Pelo retorno que tudo isso propicia para o futuro do país, seja econômica, ambiental ou socialmente, é que o movimento da Responsabilidade Social Empresarial vem crescendo bastante no Brasil nos últimos tempos. E quem lucra é a sociedade. (Com informações do Instituto Ethos).
Rosane Leiria Ávila
Publicado no Jornal Agora - caderno Mulher Interativa