E, aí quando menos espero, conheço alguém simpático e solícito que torna mais leve e suportável o ‘enlatamento’. E com o qual travo um breve, mas agradável contato.
A vida é cheia de encontros. Encontros românticos. Encontros agendados. Encontros aguardados com ansiedade. Encontros breves. Encontros alegres ou dolorosos. Encontros chatos e com jeito de dever a ser cumprido. Encontros por obrigação. Encontros para tratar de negócios. Encontros para breves despedidas ou revestidos de eternidade. Mas também de encontros casuais, sem dia e hora marcados. E encontros deliciosamente inesperados entre desconhecidos.
Refletindo sobre esses encontros imprevistos que possuem a brevidade de 30 e poucos minutos, dou-me conta de que seus rastros deixam lembranças por vários dias.
Encontros casuais acontecem a todo o momento e por isso, são leves e despidos de compromissos. Conhecemos pessoas com as quais interagimos, trocamos experiências, confidências, opiniões e até breves piadas, mas que sabemos que a chance é uma em um milhão de as encontrarmos novamente.
Mesmo assim, essa mutação não tira o entusiasmo da troca. Das conversas breves que até mesmo revelam afinidades. Entretanto, em sua grande maioria, não há trocas de contatos. Como se naquele momento a gente apostasse no acaso ou fingisse morar numa pequena cidade interiorana onde todos se conhecem por nome, sobrenome, e onde os segredos estão estendidos em varais ou debruçados nas janelas.
E ao fim de uma breve jornada, as despedidas são tão cordiais quantos o primeiro olhar, o primeiro sorriso, a primeira gentileza. No aceno corriqueiro, fica tacitamente explícita a tenuidade do anonimato.
Rosane Leiria Ávila
Publicado no Jornal Agora www.jornalagora.com.br
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